segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Domingos


Acordar tarde. Espreguiçar demorado. Ver o sol pela fresta da cortina. Tomar café da manhã na hora do almoço. Passear com a Vale no parque. Sentar na sombra. Descer a rua correndo, voltando pra casa. Sorrir com a alegria da cachorra. Tomar sol na piscina. Dormir na cadeira, sem perceber. Falar com as amigas por horas pelo celular . Cozinhar um almoço só pra mim. Comer esse almoço delicioso e saber que fui eu quem fiz. Regar as plantas. Deitar no sofá e ouvir música.Tomar um banho longo. Passar creme no corpo sem pressa. Arrumar-se demoradamente. Sair de casa tranquila. Não se preocupar com o trânsito. Ficar com os amigos. Dar muita risada. Voltar pra casa com sono. Dormir com pena de que o domingo acabou e rezar para que o próximo chegue logo.



E ver a vida acontecer como um dia de domingo.




quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sinto


Eu sou tão em mim mesma.
Eu estou tão fora de mim.

domingo, 16 de agosto de 2009

Belo e incerto


"Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama. E, depois, ir tomar café na padaria e ler o jornal com você. Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos. Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento. Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar, daquele seu jeito metódico e perfeccionista, as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde. Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente não estarei lá. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto. Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua. Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Que você nunca mais deixe de pensar em mim quando for a Londres, escutar Dream' Bout Me ou ler Nick Hornby. E, por fim, que você continue a dançar na sala. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando."

("O que eu quero de você", Milly Lacombe)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

E Se

Nossa vida é mesmo uma série de encontros e desencontros. E acabamos pensando o que seria se as coisas não tivessem acontecido da maneira que aconteceram...

E se...
E se eu tivesse seguido outra profissão. Se eu continuasse no interior. E se eu ainda sonhasse com futuros perfeitos?
E se eu tivesse esperado mais. Se eu demorasse menos. E se eu ainda estivesse no mesmo lugar?
E se eu tivesse ousado mais. Se eu me guardasse menos. E se eu ainda escrevesse tudo pra mim?
E se eu tivesse pensado mais. Se eu agisse menos. E se eu ainda me arrependesse das coisas que eu não fiz?
E se eu tivesse beijado mais. Se eu namorasse menos. E se eu ainda ficasse mais sozinha?
E se eu tivesse escolhido a pílula azul. Se eu escolhesse a vermelha. E se eu ainda continuasse no mundo da minha imaginação?
E se...

Mas acredito que as coisas acontecem porque tinham que acontecer, do jeito que foram, com as situações e com as pessoas que foram. Porque depois de muitos encontros vêem muitos desencontros. Porque depois de muitos desencontros também vêem outros muitos encontros. Alguns premeditados, outros casuais, poucos inesperados...

E esse assunto me fez lembrar daquela fantástica cena do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", em que Benjamin narra a sequência de acontecimentos que desencadearam no acidente de Daisy. Ele fala sobre o tempo e a forma como ele agiu sobre todas aquelas pessoas naquele momento. Para quem não viu segue o link http://www.youtube.com/watch?v=vvrzATr4gaQ&feature=related. Ou assista o filme... imperdível!

Mas enfim... o táxi passando ou não, a vida segue o seu curso como ela é, como ela tem que ser... E ficamos só na espreita, vendo o destino pregar as peças na gente...