sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Joyeux Noël



Que saudade dos Natais da minha infância. Da montagem da árvore, da organização do presépio. De abrir a caixa guardada do Natal passado e desenbrulhar do jornal amassado cada enfeite mágico de árvore. Saudade de escrever a carta para o bom velhinho. De colocar o meu sapato na janela para que as renas viessem buscar o chumaço de mato que eu deixei. Saudade de abrir o cofrinho e usar as poucas moedas que eu tinha para comprar presentes aos meus pais. Que saudade de vestir roupa nova e esperar ansiosa pelo presente pedido. Saudade da expectativa do embrulho. Saudade de segurar os olhos para não dormir. De não aguentar o sono e adormecer na espera. Saudade de acordar num pulo e olhar embaixo da cama. De ir na missa e ganhar presentes. De visitar meus avós. De brincar com meus primos. Saudade de reunir a família. Saudade de acreditar em Papai Noel.




Sr. Papai Noel:


Eu não gostaria de ganhar nada neste Natal. Não quero nenhum brinquedo, nenhuma roupa nova, não quero o carro do ano nem ganhar milhões na loteria. Para mim, paz e serenidade.
E quero saúde. Saúde para os meus avós passarem outros Natais ao nosso lado.


Obrigada.


Cecília

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Insensibilidade

Resolvi dar um tempo nos posts chororôs. Publicar algo mais para cima, no mínimo engraçado ou ridículo.
E para isso decidi manifestar a minha indignação em relação à insensibilidade do cromossomo Y. Traduzindo: a insensibilidade masculina.
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Situação 1:
Comentário de um corintiano qualquer na Vila Madalena:
- Meninas, eu estava vendo vocês lá de cima e de longe pareciam bem bonitas.
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Situação 2:
No posto de gasolina, às 22:30:
- Moço, você pode, por favor, calibrar o pneu para mim?
- Ah não senhora! Tá garoando. E tá forte.
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Situação 3:
Combinando de sair com o bofe:
- O que vamos fazer hoje, amor?
Resposta via SMS:
De: Y
to em casa.
10:48P 07/12
De: Y
vem.
10:50P 07/12
(?!)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tudo Passa

"Tudo passa. Na vida, tudo passa. Mas nem tudo que passa, a gente esquece."
Chico Pedrosa

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Perdas

É muito difícil perder. E é ainda mais difícil aceitar que se perdeu.
Perder um amigo, perder a roupa preferida, perder dinheiro, perder a esperança ou perder as rédeas. Perder um amor. Perder o jogo, perder o respeito, perder o tesão ou perder o chão. Perder o freio, perder a hora. Se perder.
Quando perdemos alguma coisa, isso sempre leva um pouquinho da gente. E quando leva nos deixa em pedacinhos, em milhares de cacos que nunca se juntarão na mesma forma. Só que a gente ainda busca o que se perdeu, busca recuperar aquilo que era tão importante, só que nunca encontra igual. E é isso que dói, é isso que faz a falta, que provoca o vazio dentro da gente.
Já passei por várias perdas. Com as pequenas, consegui me recompor sem deixar rastros. Outras deixaram cacos até hoje. Caquinhos que ainda doem.
Já entendi que tudo que a gente perde faz falta. Se é grande ou pequena, pouco importa. O que importa é o tamanho do buraco que deixa. Algumas perdas são necessárias enquanto outras deixamos escapar por nossas mãos.
Mas o pior é perder o que nunca se teve. É perder o sonho.


domingo, 8 de novembro de 2009

A Paixão Segundo C.N.

E lá estava ela. A tão temida barata.
Nunca fui muito boa em domar os pequenos insetos. Eles me dão um certo nojo, oferecem um perigo que eu sei que não existe, mas que me deixa paralisada.
E de repente, quando ela me viu, se enveredou pelo armário. Não poderia ser pior. O medo tomou conta. Comecei a chorar. Quem ia matar a barata pra mim? E foi aí que me dei conta que teria que cometer o homicídio sozinha.
Procurei no armário, entre os sapatos e ela tinha fugido. Exausta, resolvi me deitar. Deixei o abajur aceso, não conseguia pregar os olhos. E se a maldita viesse para a cama enquanto eu dormia? Dormi com a luz no meu rosto (ouvi em algum lugar que as baratas se afastam da luz - será isso verdade?). Tive pesadelos, acordei diversas vezes na noite. Infeliz inseto!
No outro dia, resolvi que me armaria para o combate final. Fui no supermercado e me muni do spray de última geração (que mata até protozoário de barata) e das armadilhas em forma de iscas. A Pequena veio para me dar um "amoio poral", como ela mesma diz.
Abri o armário novamente. O medo subiu pela minha espinha, chegou até os olhos e saiu em forma de uma lágrima. E foi assim, uma lágrima pra cada peça de roupa que eu tirava do armário. E a Pequena em cima do banco, se derretendo de rir no maior amoio poral. Eu ria às vezes. Confesso que a situação era muito ridícula.
O armário já estava vazio. Nem resquício da maldita. Deixei metade do vidro de spray nos cantos e coloquei as iscas em lugares estratégicos. Tentei acreditar na hipótese da Pequena de que ela tinha voltado para seu lar, junto com os seus, ou seja, voltou para o ralo de onde nunca deveria ter saído.
Me conformei. A batalha terminou sem vítimas, pelo menos por enquanto.
Fui dormir, dessa vez sem luzes e sem pesadelos, acreditando que um dia as baratas se dão conta de sua ineficiência e retornam ao lar, sem incomodar mulheres sozinhas e indefesas.
Porém, no meio da noite, começo a ouvir um barulho aterrorizante. Era a maldita de volta, pensei, andando pelos trilhos da persiana. Fiquei imóvel na cama por mais de 15 minutos, querendo que aquilo fosse um pesadelo e esperando por não sei o que. Fiquei com medo de ligar a luz, de assustá-la, mais ainda do que eu. Mas decidi que teria que cometer o ato. Se eu não fizesse, quem faria por mim? Sai da cama, pé ante pé, e busquei minhas armas na lavanderia. Voltei ao quarto e ela já estava no chão, vindo em minha direção. Foi tudo tão rápido e intenso que nem pensei o que faria. Ela se aproximou e descarreguei o resto do spray naquele bicho tão nojento. Ainda insatisfeita, peguei minha outra maior arma, o rodo, e a esmaguei até que suas tripas saíssem para fora. Quando já não podia ver o reflexo de seus pequenos membros, parei num impulso. Caí exausta na cama, cansada e satisfeita com o homicídio cometido. Meu corpo todo tremia, meu coração batia forte e minha mente estava aliviada.
Eu tinha me superado, tinha enfrentado meu medo e resolvido alguma coisa por mim mesma.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Douleur

Dói saber que as coisas que você falava nos meus ouvidos foram ditas para outra pessoa. Dói pensar que você assistiu seu filme preferido ao lado de alguém que não eu. Dói saber que você se esqueceu do meu beijo porque os meus lábios não são os mais frescos na sua mente. Dói pensar que os planos que nunca fizemos serão construídos com outro alguém. Dói saber que outra pessoa conhece suas manias, seus defeitos e, principalmente, suas qualidades.
Dói você marcar outra data no seu calendário, outra música no seu rádio e outro poema na sua agenda. Dói saber que você irá viajar para lugares que eu sempre quis e ficar em hotéis mais românticos dos que os que nós já ficamos. Dói pensar que você fará amor com outra pessoa do mesmo jeito que fez comigo, que pedirá a mesma carícia e que dará o mesmo toque. Dói pensar que você elegerá outra música preferida, outro apelido carinhoso e outra bobeirinha de casal. Dói saber que você trocará as fotos do seu mural, que substituirá nossas cartas de amor e guardará nossas lembranças numa caixinha no fundo do armário. Dói.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Primavera

So let the spring begin

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sobressalto

No início da tarde de sábado acordei num sobressalto. De repente percebi que eu não cabia mais em mim. Que todas as coisas que eu guardo, de todas as pessoas com quem eu não me abro, estavam transbordando como copos cheios. Coisas boas e coisas nem tão boas assim. Sentimentos. Amarguras. Vontades principalmente. Descobri que tudo isso estava querendo sair. Que as palavras pareciam não ter mais medida e que os pensamentos corriam mais livres, sem laços de fita.
Percebi que eu meço palavras, que economizo frases. Que eu não digo coisas por medo de machucar, de intimidar, de reprimir. Que eu não as digo simplesmente porque eu não sei. E que ás vezes eu não quero assumir essa minha ignorância.
Percebi que eu quero ser forte acima de tudo, independente a qualquer preço. Mas que na verdade não é nada disso. Eu quero é ser cuidada, assumir minhas fraquezas e chorar.
Eu percebi que sentimentos guardados podem ser armas e venenos. Que pensamentos devem ser expostos, sem medo de consequências. Que sentimentos podem ser desabotoados e as vontades desamarradas.
E por isso agora eu penso, eu quero e eu sinto. Antes ainda, mas agora mais. Mais meu, mais eu. Mais impulsiva, mais ariana. Mais pirilimpante.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Antes que seja tarde


Um aperto no peito. Uma angústia na alma.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Retorno


Como é bom estar de volta. Perceber o corpo. Elevar a mente. Experimentar sensações já vividas, mas guardadas pelo tempo. Descobrir outras que você nem imaginava, ou tinha vergonha de sentir. Ter que se voltar para si. Fazer escolhas. Chorar a perda. Enfrentar o escuro, rastejando em direção à saída. Perceber o que gosta e o que não. Descobrir que o que você ama não ama tanto assim. Fazer despertar aquela vontade louca de se jogar, de se permitir. E perceber que embora enferrujada, você nunca perdeu o tino.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Domingos


Acordar tarde. Espreguiçar demorado. Ver o sol pela fresta da cortina. Tomar café da manhã na hora do almoço. Passear com a Vale no parque. Sentar na sombra. Descer a rua correndo, voltando pra casa. Sorrir com a alegria da cachorra. Tomar sol na piscina. Dormir na cadeira, sem perceber. Falar com as amigas por horas pelo celular . Cozinhar um almoço só pra mim. Comer esse almoço delicioso e saber que fui eu quem fiz. Regar as plantas. Deitar no sofá e ouvir música.Tomar um banho longo. Passar creme no corpo sem pressa. Arrumar-se demoradamente. Sair de casa tranquila. Não se preocupar com o trânsito. Ficar com os amigos. Dar muita risada. Voltar pra casa com sono. Dormir com pena de que o domingo acabou e rezar para que o próximo chegue logo.



E ver a vida acontecer como um dia de domingo.




quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sinto


Eu sou tão em mim mesma.
Eu estou tão fora de mim.

domingo, 16 de agosto de 2009

Belo e incerto


"Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama. E, depois, ir tomar café na padaria e ler o jornal com você. Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos. Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento. Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar, daquele seu jeito metódico e perfeccionista, as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde. Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente não estarei lá. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto. Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua. Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Que você nunca mais deixe de pensar em mim quando for a Londres, escutar Dream' Bout Me ou ler Nick Hornby. E, por fim, que você continue a dançar na sala. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando."

("O que eu quero de você", Milly Lacombe)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

E Se

Nossa vida é mesmo uma série de encontros e desencontros. E acabamos pensando o que seria se as coisas não tivessem acontecido da maneira que aconteceram...

E se...
E se eu tivesse seguido outra profissão. Se eu continuasse no interior. E se eu ainda sonhasse com futuros perfeitos?
E se eu tivesse esperado mais. Se eu demorasse menos. E se eu ainda estivesse no mesmo lugar?
E se eu tivesse ousado mais. Se eu me guardasse menos. E se eu ainda escrevesse tudo pra mim?
E se eu tivesse pensado mais. Se eu agisse menos. E se eu ainda me arrependesse das coisas que eu não fiz?
E se eu tivesse beijado mais. Se eu namorasse menos. E se eu ainda ficasse mais sozinha?
E se eu tivesse escolhido a pílula azul. Se eu escolhesse a vermelha. E se eu ainda continuasse no mundo da minha imaginação?
E se...

Mas acredito que as coisas acontecem porque tinham que acontecer, do jeito que foram, com as situações e com as pessoas que foram. Porque depois de muitos encontros vêem muitos desencontros. Porque depois de muitos desencontros também vêem outros muitos encontros. Alguns premeditados, outros casuais, poucos inesperados...

E esse assunto me fez lembrar daquela fantástica cena do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", em que Benjamin narra a sequência de acontecimentos que desencadearam no acidente de Daisy. Ele fala sobre o tempo e a forma como ele agiu sobre todas aquelas pessoas naquele momento. Para quem não viu segue o link http://www.youtube.com/watch?v=vvrzATr4gaQ&feature=related. Ou assista o filme... imperdível!

Mas enfim... o táxi passando ou não, a vida segue o seu curso como ela é, como ela tem que ser... E ficamos só na espreita, vendo o destino pregar as peças na gente...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Atuar

Quero sentir de novo o cheiro do teatro. Da máquina de fumaça. O nevoeiro que fica com sabor de maçã verde e impregna a roupa.
Quero sentir o cheiro da madeira e do figurino guardado. Os olhos arderem e o corpo esquentar com as luzes da ribalta.
Quero sentir o movimento da cortina quando se abre.
Quero sentir o linóleo tocar a sola dos meus pés, a ponta dos meus dedos. Quero seguir a rotunda com as mãos, sem medo de cair no escuro.
Quero me enrolar nas pernas do palco.
Quero saborear o frio na barriga que dá antes do espetáculo. Quero tocar o chão antes de entrar em cena e gritar merda, mãos com mãos.
Quero ouvir um sinal. Quero ouvir dois. Quero mais ainda ouvir o terceiro.
Quero ficar na coxia, quietinha, esperando minha deixa.
Quero mais camarim. Quero mais palco. Quero platéia.
Quero ser Medéia, Lisístrata. Eu quero ser Nora na minha Casa de Bonecas.
Quero ser Ofélia, Lady Macbeth, Jocasta. Mas também quero ser Julieta.
Quero ser Alaíde, Lúcia. Quero ser Engraçadinha, Dorotéia e Glorinha. Todas as mulheres de Nelson.
Quero ser a Joana de Chico.
Quero ser Dulcinea, quero ser Capitu. Quero ainda ser Lolita.
Quero ser Inês com toda a minha farsa. Quero sonhar como Luísa.
Quero ser todas em uma só.
Quero atuar. Atuar pra poder voar.




En una palangana vieja sembré violtas para ti

En una palangana vieja sembré violtas para ti

Y estando cerca del rio, en un caracol vacio

En un caracol cogi un cochucho para ti...

...A las cosas que son feas ponles un poco de amor

A las cosas que son feas ponles un poco de amor

Y veras que la tristeza, y verás que la tristeza

Y verás que la tristeza va cambiando de color.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Faz de Conta

O final de semana foi delicioso. Nada de especial, simples.
Sexta coloquei todas as bichas para fora e isso me rendeu uma sensação de alívio que tem durado até hoje.
Sábado um dia mais de mudanças em casa. Roxo e lilás nas paredes para alegrar e confortar. "Transmutação", de acordo com o feng shui. Muita risada com a Valentina e seu focinho roxo depois de mergulhado na tinta. Experiências gastronômicas na cozinha resultaram em uma cuca de banana frustrada que a Juliana Paes com certeza fez melhor no Estrelas. Mas mesmo assim estava deliciosa. Á noite, sopa bem quente para um dia frio e filme bobinho só pra dar risada.
Domingo um filme cabeça para chorar e pensar na vida. "O Escafandro e a Borboleta", simplesmente incrível. Mais arrumação em casa, agora com tudo (quase) no lugar. Sensação gostosa de dever cumprido.
E hoje li esta linda crônica no blog da Silmara Franco. Inspirador... simples assim.
Acho que já comecei a fazer tudo de verdade...

sábado, 25 de julho de 2009

Gentileza


Vou participar da campanha " Gentileza gera Gentileza".

Esses dias me peguei pensando em como nós não somos gentis uns com os outros. Em como a "consideração alheia" está tão fora de moda. E como a gente vê isso muito bem quando está no trânsito.

Quanto tempo você economiza do seu dia não dando passagem para o carro que está entrando na faixa? Sei lá, uns 3 minutos... E ultrapassando uma fila de carros, sem esperar, como todo os outros? Quase 5 minutos... E os motoqueiros cortando os carros? Uns 10 minutos e alguns retrovisores quebrados... E o que custa dar a seta para mudar de faixa? Milésimos de segundos e talvez uma batida ou uma perna quebrada de alguém... Mas compensa?

Esses dias o porteiro do meu prédio interfonou dizendo que a minha vizinha de garagem pediu que eu estacionasse meu carro mais centralizado na vaga porque ela tinha dificuldades de sair do seu. Isso sem considerar que assim eu não saio do meu, já que o sedan dela esmaga meu mísero Ka contra a parede. E o que eu faço desde então? Encosto meu carro na parede, do lado do passageiro, para que ela possa abrir a porta sem dificuldades, ou paro na minha outra vaga, no piso inferior. Gentileza, muito prazer. E o que ela tem feito desde então? Parado seu carro mais no canto, perto de uma vaga em que quase não é usada, para que assim eu consiga sair do meu carro e ela também. Gentileza gera gentileza.

Uma amiga me contou que estava no trânsito quando viu um homem tentando avançar o sinal vermelho na rua ao lado. Ela diminuiu para dar passagem, já que o homem parecia bastante nervoso. Entretando, os outros carros não, e continuaram em frente. Alguns reclamavam, buzinando, sem levar em consideração que havia uma mulher em trabalho de parto no banco de trás... Gentileza, por favor.

Mas ainda há um caso de gentileza que talvez seja um fiozinho de esperança para a salvação da humanidade. Uma gentileza coletiva que a gente presencia quase todos os dias. É só reparar... quando há uma ambulância querendo passar todos os carros abrem espaço, sobem na guia, mudam o rumo, ultrapassam sinais... enfim, Gentileza.

É, parece que os homens podem ser gentis diante do sofrimento humano.

PS: Gentileza Gera Gentileza é uma ação social, criada para espalhar as mensagens de amor e paz deixadas originalmente por José Datrino, o Profeta Gentileza (http://www.gentileza.net/).

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bagunça

Arrumando a casa
e desarrumando a vida.

domingo, 12 de julho de 2009

Pela janela

É engraçado como pequenas atitudes mudam todo um dia.

Muitas vezes nos seguramos para não fazer o que queremos, temos medo das consequências e do que vão pensar de nós. Nos seguramos para não falar o quanto gostamos de alguém, o quanto amamos nossos pais ou como uma pessoa é importante na nossa vida. Apertamos as rédeas com medo do que está por vir, do que iremos sentir e de sofrer ainda mais. E assim as horas, os dias e os momentos passam. E com eles passam as pessoas, os amigos, os possíveis amores da nossa vida. Passam as nossas chances, as nossas oportunidades de sermos felizes. E tudo isso porque nos seguramos pra não ligar, pra não falar, pra não sentir, pra não sofrer, pra não viver intensamente.

Por isso é engraçado como pequenas atitudes mudam todo um dia. Um sorriso, um obrigado, uma gentileza... o telefonema da pessoa que você espera... não é Pequena?

"Você me ligou naquela tarde vazia e me valeu o dia"





Pequena

Voa, voa... voa alto.
Voe livre das tristezas, dos traumas, dos não correspondidos.
Voe acima dos teus planos, dos teus sonhos e do que sempre esperam de você.
Voe livre da insegurança
Voe livre do medo
Voa, voa... voa mais alto.
Voe e se permita sentir, amar, ser amada.
Voe pra rir, gargalhar, perder o fôlego.
Voe pra viver, pra libertar, pra se alcançar
Voe pra entender, pra desvendar ou bagunçar ainda mais.
Mas voa, voa... cada vez mais alto.


É, Pequena, Deus estás jogando playstation com a vida da gente...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Valentina


a cachorrinha
(Vinicius de Moraes/Antônio Carlos Jobim)
Mas que amor de cachorrinha!
Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?
Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sentimentalità


sentimentalismo. Qualidade que tem as coisas que pretendem emocionar ou fazer chorar, e que provocam intencionalmente sentimentos de afeto, compaixão e ternura.

Por que a gente fica tão sentimental em alguns momentos da nossa vida?
Ontem foi um dia cheio desses momentos...
...a reprise do depoimento da filha de Michael Jackson no seu funeral e o narrador dizendo que foi preciso que ele morresse para descobrirmos que ele era um bom pai... e então algumas lágrimas.
... a volta ao antigo apartamento na Maria Antônia e um filme passando na minha cabeça cheio de estórias já contadas... e então outras tantas lágrimas.
... uma noite bem mal dormida e uma manhã bem mal acordada por causa de dor de coração... e então uma lágrima (que eu fiz questão de enxugar logo).
"Quem é mais sentimental que eu?"
Mas ontem também foi dia de PPP na Praça Roosevelt com companhias especiais...
Entre um P e outro, foram muitas brincadeiras fotográficas que resultaram em cliques maravilhosos... como este que ilustra esta postagem e a nova foto do meu perfil... adoro...
Sentimentalismos à parte, deixo beijos para quem fica...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Crepúsculos

Voltando para a cidade grande, saindo da bolha...
Já com saudades das gargalhadas, da música sertaneja (?!), da vanilla pura, do label misturado com energético ou água de coco (saudável!), dos MV´s (é, São João também tem activia), do bolo de fubá e do moranguinho com chocolate que a gente só come nessa época do ano... Do colo da família, das amigas inseparáveis, dos sobrinhos postiços mais lindos desse mundo e do gostinho de infância que só lá a gente tem...
Para completar, ontem assisti a mais nova febre teenager do momento: "Crepúsculo". Confesso, quero um vampiro pra mim. Depois disso tudo, só estou com medo de voltar no tempo, começar a ouvir Jonas Brothers, escrever no diário, instalar o ICQ, colecionar papel de carta, pendurar poster do Brad Pitt na parede e chorar no último episódio do The OC (isso eu ainda faço, rs)...

É, saudade é bom... é a maior prova de que o passado valeu a pena...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nem um Dia


Arrumando as malas para fugir para o interior... e aquela música do Djavan não sai da minha cabeça hj. "um dia frio...". vou em busca de um bom lugar pra ler um livro então...
Beijos para os que ficam...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Medo da Eternidade


"Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem que espécie de bala ou de bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava pra comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

- Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

- Como não acaba? - Parei por um instante na rua, perplexa.

- Não acaba nunca, e pronto.

Eu estava boba, parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor de rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor de rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.

Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

- E agora que é que eu faço? - perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

Perder a eternidade? Nunca.

O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamos-nos para a escola.

- Acabou o docinho. E agora?

- Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.

Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

- Olha só o que me aconteceu! - disse eu em fingidos espantos e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

- Já lhe disse - repetiu minha irmã- que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim."


Obrigada, Clarice.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Estréia



















Vou tentar entrar nesse mundo de blogs. Não prometo postagens constantes, recentes, frequentes e interessantes. Prometo divagações, frases à toa, frases feitas e pensamentos publicáveis. Quero pirilimpar por aí.