quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sádica

Não é um costume meu desejar mal para as pessoas. Mas já desejei, para algumas já desejei. Diante de um ataque de raiva, de um ciúme incontido, de uma traição. Já desejei de um simples tropeço na rua à morte de alguém. E depois eu senti culpa, muita culpa. Em alguns casos remorso, em outros uma culpinha, que vem na consciência como uma defesa a um desejo tão pecaminoso.
Mas como não é um costume, isso acaba sendo esquecido, deixado para lá. A raiva se transforma em indiferença e se torna muito melhor conviver com isso.
Passam-se meses, anos. E de repente você vê a pessoa que você tanto desejou mal realmente se dar mal. E quando isso chega dá um gostinho diferente na boca, um prazer quase proibido, uma vitória tardia numa guerra que você só entrou depois de perder. É o troco que não foi você quem precisou pagar.
Portanto, aqui se faz, aqui se paga, minha filha.

Um comentário:

  1. Algumas de suas palavras me vieram como um espelho, incrível!

    beijos
    Reggina Caeiro

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